Dentro de 4 dias, a 18 de Março de 2023, irão passar exactamente 10 anos sobre a decisão tomada pelo Governo do Chipre de fechar os bancos e não permitir às pessoas levantar o seu dinheiro depositado.
A República do Chipre é um membro de pleno direito da União Europeia, e a sua moeda é o Euro.
As razões que levaram a isto (como sempre) foram os gastos excessivos do Governo, e são pouco relevantes.
O que é relevante é que um país da União Europeia, que utiliza o Euro, proibiu os seus cidadãos de aceder aos seus depósitos, essencialmente porque o dinheiro que pensavam que tinham no banco não estava lá, tinha sido gasto.
Em 2013 este total desrespeito pelos direitos e bens dos cidadãos era um escândalo, mas na verdade ninguém se preocupou muito com os cipriotas. São poucos e pouco relevantes. Pior, uma grande parte dos investimentos no Chipre eram russos, e já nessa altura quanto mais se provocasse negociasse com os russos melhor…
Hoje em dia, depois de sermos obrigados a usar máscaras, proibidos de entrar em restaurantes, sermos injectados, já devíamos ter percebido qual o nível de respeito que os Governos têm por nós.
Num momento de enormes problemas financeiros, com burocratas não eleitos e portanto sem qualquer problema de condenar milhões de pessoas à pobreza, é no mínimo irresponsável não aprender com o passado e com a História.
Quando entregamos dinheiro ao banco, ele deixa de ser nosso. É do banco, para utilizar como lhe apetecer. A função do banco não é guardar dinheiro. O banco recebe o nosso dinheiro e passa a ter uma dívida para connosco. Pode pagar ou não pagar essa dívida. O facto de habitualmente o dinheiro nos ser devolvido não quer dizer que não cumpra as ordens do Governo e mande parar as entregas de dinheiro.
A solução não é ideal, mas ter pelo menos alguma quantidade de dinheiro vivo em casa, debaixo do colchão se necessário, não é uma ideia antiquada. É uma ideia sensata.